sexta-feira, 5 de março de 2010

Racionamento

Laranjal do Jarí sem energia elétrica
Os moradores do município de Laranjal do Jari, terceiro maior do Estado do Amapá, estão enfrentando um racionamento de energia elétrica, que já dura mais de três meses. O fornecimento de eletricidade chega a ser interrompido de três em três horas por bairro provocando prejuízos sociais e financeiros à população.
De acordo a prefeita Euricélia Cardoso, em razão do racionamento as aulas das escolas no horário noturno estão sendo paralisadas. O comércio enfrenta prejuízos diários “A informação que nós temos da CEA é que no máximo em duas semanas o problema seria resolvido, mas até então nada foi resolvido. E a há duas semanas o racionamento tomou uma proporção mais intensa, esperamos que esse problema seja resolvido o mais rápido possível pois a população está pagando um preço muito caro pela falta de energia”, disse.
Um dos motivos da visita da prefeita a Macapá é tratar sobre o assunto com governador e ele se mostrou interessado em resolver o problema o mais rápido possível. Ela ainda enfatiza que a população não foi informada dos horários em que ocorrem as interrupções no fornecimento ocasionando assim prejuízo a população. “Essa situação já vem desde novembro do ano passado. Na realidade a situação se agravou em dezembro, após a Expovale e então devido ao apelo da população em janeiro aliviou mais a situação, porém nós últimos dias o problema vem se agravando, o número de corte no fornecimento a cada dia é maior e em um grande espaço de tempo”, explica a prefeita.
Segundo ela problema seria ocasionado por um dos geradores de energia que teria apresentado problemas técnicos e somente depois de 30 dias o problema seria solucionado. Mas há quem diga que o causador do racionamento seria a transferência de um gerador de energia de Laranjal para Oiapoque. Em novembro de 2006 a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) retirou um gerador de Laranjal para solucionar uma crise de racionamento de energia no município de Oiapoque que durava mais de seis meses.

Martírio
A equipe de reportagem do Jornal Leia Agora procurou a CEA, porém ninguém falou sobre o assunto. Fomos encaminhados para falar com a Direção Técnica. Que por sua vez encaminhou para assessoria de comunicação, que não nos deu uma posição e nos conduziu a sala da presidência. A secretária do Presidente disse que o mesmo tinha uma reunião e não poderia nos atender. Embora ainda tenha se manifestado oficialmente sobre o assunto a expectativa de solução do problema por parte da companhia é até o fim da tarde de ontem (4). Porém até o momento da entrevista a prefeita, nos informou que a situação continua a mesma em Laranjal do Jari e sem previsão de solução, pois o motor continua queimado.

Boicote?
A falta de informação por parte da CEA pode ser um indício de que existe contradição entre o que eles dizem e a verdade dos fatos.
Há quem diga que quando não conseguem mais manter o silêncio, os funcionários da estatal apresentam sempre a mesma justificativa: a quebra de máquinas do parque gerador de eletricidade, que é de propriedade da So Energy.

Porém, do outro lado do rio Jari, no distrito de Monte Dourado, a energia é gerada pela mesma empresa e não ocorre racionamento. No município amapaense a geração de eletricidade é feita pela So Energy e distribuída pela CEA.
A explicação mais provável para a situação seria um novo “boicote” da So Energy contra a CEA, pois a estatal deve alguns milhões à empresa contratada.
A receita da CEA atualmente é muito menor do que as despesas que são geradas. O déficit mensal da empresa ultrapassaria a casa de R$ 2 milhões. A diferença entre a arrecadação (paga pelos usuários) e os gastos da empresa são custeados pelo Governo do Estado. Sem falar que a GEA ainda paga a conta de aproximadamente 4 mil famílias da região através do programa “Luz para Viver Melhor”.

Matéria: Adryany Magalhães

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